segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

POEMINHA DESCOMPROMISSADO

Deslizo sobre a alma carente
porém, persistente
em todos os dias meus
e indecisa,
perambulo
entre restos de sentimentos
angustiantes
mas fortes, o suficiente
para aquecer e continuar
a procura das migalhas
deixadas pelo meu pensar,
espalhadas pelos sentidos
e pelos meus passos errantes,
a teimar.

Anna Orsi ...

domingo, 31 de janeiro de 2010

RESUMO

A casa desabitada
no meio de estranha rua
hoje está desconsolada
suas paredes, estão nuas!

Essa é a casa da infância
terna, meiga e feliz
já não importa a distância
na lembrança alegre da petiz!

Uma morada estável
com os sonhos de então,
uma amiga inseparável
que ainda hoje, fala ao coração!

Existia mamãe e papai
um cachorrinho também
e no quintal de plantas e flores
podia idealizar seus amores!

A amiga continua a existir
amizade com direito a rusgas
faz questão de persistir
em meio à vida brusca!

Os pais foram embora
o cachorrinho, também
restou a casa tamanha
e a amiga...
a quem ela quer tão bem!

RECOMEÇOS

Há sempre um recomeçar
ao longo do caminho
tropeços e recomeços
fazem parte do aqui estar.

Vou reiniciar
emendando os fios
que ficaram desencapados
pela rua esquecida
e abstrata de meu ontem.

Vou continuar
desatando os nós
que ficaram perdidos
no passado ressequido
de meu livre andar.

Vou buscar
a alegria guardada
onde quer que o sol
deixe-me entrar
nessa minha jornada.

Vou revirar
o baú das idéias
errôneas e ultrapassadas
que tenho em mente, largadas
pelo meu livre pensar.

Vou procurar
encontrando assim,
uma maneira idônea
de em paz, prosseguir
a jornada...
que em algum dia,
vai terminar!!

Anna Orsi ...


PEDACINHO...

Minha via é emoção
à flor da pele
seja movida pelo coração
ou pelas poesias
que trazem a alegria
enfeitam a vida
numa suave reflexão!

Escrever é um ato de amor
que faz com que eu entregue a alma
em doces versos
reversos
de frases plenas
guiadas por uma divina centelha
de luz...
que ensina e traduz!!

Anna Orsi ...

ENTRELINHAS

Eu sou um poema
interminado
que ninguém finalizou
jaz inacabado
a espera do nada.

Eu sou a entrelinha
entre dois versos
que ninguém vê
não há reverso
pra se ler.

Eu sou rima perdida
a espreita de uma sílaba
que nunca vem
jamais termina.

Eu sou a inutilidade
da palavra séria
que nada acrescenta
e nem aumenta...
sou isso, enfim!!

Anna Orsi ...

sábado, 30 de janeiro de 2010

LINHAS DO DESTINO

Penso que me perdi
entre o verso e o poema
fiquei suspensa no intervalo
e nada mais valeu a pena!

Fiquei a sós comigo mesma
sem poder me comunicar
e sozinha, perdida
restou-me sonhar!

Com lindas histórias
nas mínimas entrelinhas
fui vivendo de memórias
pra faze-las somente minhas!

E na solidão compriendida
fiz da vida, uma ilusão
pra deixar cego o destino
das linhas de minha mão!

Anna Orsi ...

REFLEXOS

Reflexos que refletem
a pureza da alma
num prospecto
indefinido
do espectro
do ser...
num espelho
quebrado
sem viço, nem brilho
apenas, estilhaçado...

Anna Orsi ...

ROMANCE DE OUTONO

Nas folhas caídas...
algo me faz retraída
com medo da estrada
com medo de amar!

Com medo de amar...
e num lapso, retornar
na calada da noite
sem saber continuar!

Sem saber continuar...
sozinha, na imensa dor
da recusa, do desamor!

Do desamor...
que faz a solidão
em meu coração, entrar
e flores... jamais encontrar!

Anna Orsi ...

PEDACINHOS DE ONTEM

Pedacinhos de ontem...
que teentei guardar
para o agora,
na chuva teimosa
que não vai embora.

Não vai embora...
ela é intencional
repetitiva, emocional
faz-me recordar de outrora.

Faz-me recordar de outrora...
quando meu mundo era outro,
o colorido forte a toda hora
não havia por que lamentar.

Não havia por que lamentar...
a madrugada fria
a dor da alma a clamar
a beleza do novo dia.

A beleza do novo dia...
que chega num alvorecer
nublado e preguiçoso
fazendo mal ao coração
que teima invocar o renascer
outrora feliz e esperançoso!!

Anna Orsi ...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

JUSTIFICATIVA

Procurei caminhos...mas
encontrei somente atalhos...

Quisera fazer versos
formar uma poesia
a melhor de todas elas
a minha obra prima...

E essa procura desvairada
sempre me leva
ao largo da estrada de sonhos
ao leito do rio de ilusões
a imensidão e a satisfação
do ego...
ou, talvez, nunca me leve à nada...

Vivendo à procura desvairada
de meu eu poesia...
encontro apenas o fiel retrato
de mim mesma!!

Anna Orsi ...

UM POUCO DE MIM...

Tenho vontade de gritar ao vento
minhas incertezas
minhas inverdades
meu desejo de correr
o mundo
pelo mundo
no mundo
no pequeno universo
de meus versos
meus ideais
minhas fantasias...

SILÊNCIO DA ALMA

Nesse silêncio absurdo
a que minha alma se impõe
soa como grito surdo
diante das contradições!

E nessa louca jornada
em que o muito, não vale nada
fica ela na espreita
das migalhas pela vida deixadas!

Assim, vamos continuando
pelos verões enfrentando
corpo e alma colados
resguardados dos invernos
as lembranças asfixiadas!

Anna Orsi ...